Skip to content

Latest commit

 

History

History
105 lines (63 loc) · 7.24 KB

2019-05-22.expressoes-comuns-no-meio-corporativo-ditas-de-forma-errada.md

File metadata and controls

105 lines (63 loc) · 7.24 KB
path title subtitle date tags
/expressoes-comuns-no-meio-corporativo-ditas-de-forma-errada/
Expressões comuns no meio corporativo que são ditas de forma errada
Tenho certeza que você já se deparou com alguma(s)
2019-05-22
career

É muito comum, no meio corporativo, a existência de alguns jargões ou expressões que são ditas ao longo de reuniões ou emails/publicações dentro de uma companhia.

Já parou pra reparar o que elas, de fato, significam, e qual o sentido que elas expressam se forem colocadas de forma errada em um contexto? Vamos à uma lista delas:

O famoso "ownership"

Geralmente utilizada quando alguém refere-se à "sentir-se dono" do produto ou projeto em que está envolvido. Mas, vamos lá: o que de fato é ter um "sentido de dono"? É prezar pelo seu trabalho e realizar entregas/projetos com qualidade? É aceitar demandas que estão fora do escopo da sua função e do seu conhecimento?

A linha entre ter ownership e resolver problemas que não são sua competência é muito tênue. Claro, não estou dizendo que você deve chegar e "só fazer seu trabalho" e pronto. Apenas acho que vale a atenção e repensar até onde seu ownership pode estar sendo saudável.


Parabéns por sua "resiliência"

Não só colocadas no mundo corporativo, muitas vezes encontradas em contextos mais pessoais (como uma tatuagem no pulso ou num story de rede social). Se checarmos o significado de resiliência, encontraremos, em muitos dicionários/sites algo como o seguinte:

Capacidade de se adaptar facilmente às mudanças ou lidar com problemas/imprevistos

Precisa de pouco esforço para notar que essa é uma das mais fáceis de ser colocada de forma equivocada. Capacidade de se adaptar e lidar com problemas não quer dizer que você deva aceitar a todo momento os erros que a companhia pode cometer. Assim como não quer dizer que a companhia aceitará os seus.

Se algum acontecimento/evento problemático ocorre corriqueiramente, pode ser que não seja questão de resiliência e sim algo cultural presente no seu ambiente de trabalho. Resiliência não é sinônimo de aceitar calado tudo o que acontece.


Podemos fazer um "pair" para resolver isso!

Um pouco mais comuns dentro da área de tecnologia, geralmente utilizada no termo pair programming, que é o que ocorre quando dois programadores se juntam para resolver alguma questão ou desenvolver alguma solução em conjunto.

Quando você fala sobre pair (imagine em um contexto mais abrangente, como uma pequena reunião), pressupõe-se que o assunto ou objetivo a ser tratado será abordado por ambas as pessoas envolvidas nesse processo. Ou seja, não existe pair (seja pair programming ou não) onde só uma pessoa envolvida fale ou demonstre suas ideias. Se o assunto ou a voz ativa de um dos membros é mais importante que a do outro, você está em um monólogo, não acha?


Acreditamos e fazemos valer a "meritocracia"

Sério mesmo? Essa nem tem muito o que falar... Tenho certeza que você já passou por alguma situação ou já leu na descrição de alguma vaga em que a empresa se declarava como meritocrática.

Na prática, todo mundo sabe que não é bem assim. Se você não souber dar o valor (e demonstrando de forma correta) ao seu trabalho, a meritocracia não vai bater nas suas costas e falar "Parabéns! Você foi promovido!" ou "Toma esse aumento, você manda muito". Experimente tentar ou observar ao seu redor para ver se isso ocorre.

Você tem que saber vender seu peixe, se não, vai ser só mais uma barraquinha no meio da feira. Mas, isso também não quer dizer que você deva ser aquela pessoa extremamente política, que se dá ao trabalho de ser gente boa com todo mundo de forma claramente forçada.

Na minha opinião, é melhor você nem vender o seu peixe do que tentar vender um peixe que não tem.


Esse é um verdadeiro "moonshot"

Usado no momento em que alguma meta é apresentada deixando clara, desde o início, que é algo inatingível. Facilmente colocada em um momento onde tentam demonstrar a importância do seu esforço. Mesmo você dando seu máximo, a empresa sabe que colocou objetivos extremamente difíceis, um tiro para acertar a lua.

Me lembra um pouco aquela imagem/tirinha/conversa entre um funcionário e um chefe, que é algo como: Funcionário: "Muito bacana seu novo carro, chefe!" Chefe: "Gostou? Muito legal, né? Se você trabalhar direto, com garra, não desistir e der o melhor de si, ano que vem eu consigo comprar outro!"

Brincadeiras a parte, metas agressivas podem acabar motivando você e as outras pessoas. Isso não quer dizer, também, que transformar todo objetivo em moonshot seja benéfico para sua equipe.

É bem comum em alguns ambientes ouvir sobre moonshot relacionado à outro jargão: o high stakes. Basicamente, high stakees, é saber que você (ou a equipe, ou alguem...) corre um alto risco com determinada ação ou objetivo.


Você tem que acreditar na empresa/produto

E com certeza tem! Afinal, se você não acredita no ambiente que está inserido, não faz sentido algum estar lá, não é mesmo? O complicado nesse termo é entender que, da mesma forma que a empresa perde a confiança nas pessoas diversas vezes, você tem o direito de não acreditar mais nas empresa também. E é natural quando você vê situações que incomodam um grande time serem recorrentes.

Já ouvi casos onde essa frase foi empregada até mesmo em uma negociação sobre salário. Afinal: "é só um detalhe e você precisa acreditar no potencial que você tem aqui dentro e nas chances de crescimento!"


Nós temos um "soft deadline" daqui um mês

Algo que vejo crescendo ao longo do tempo. Admito que tenho até um pouco de dificuldade de entender esse. Basicamente, você ouve sobre um soft deadline quando você tem um objetivo, mas esse objetivo "nem é tão prioritário assim".

Mas ué, se não é prioridade, não é um objetivo, certo? Se não é objetivo, não precisa ter um deadline. Se existe um deadline, ele foi feito para ser cumprido e, se precisa e tem data para ser cumprido, é um deadline como qualquer outro, não tem nada de soft, concorda?


Nessas situações, precisamos ter "empatia"

Muitas vezes confundido com "simpatia" (igual os casos onde alguém coloca "inferir" no lugar de "ferir", sabe?).

Se pesquisarmos os dois casos, também temos algo como:

Empatia: capacidade de compreender e identificar sentimentos de outra pessoa. Simpatia: bom envolvimento e relacionamento com outras pessoas.

Basicamente, podemos dizer que pessoas simpáticas são pessoas agradáveis e positivas em um ambiente junto às outras. Assim como, pessoas que possuem empatia são pessoas que sabem entender o momento (como tristeza, felicidade, luto) que algum colega de trabalho está passando.

Embora sejam muito próximas, é comum ouvir algo como "você deveria ter mais empatia" quando, por algum motivo, você vai contra as ideias de alguém. O que acaba, por muitas vezes, não sendo totalmente certo. Você não precisa compartilhar nas mesmas ideias que uma pessoa e isso não tem nada a ver com empatia e nem mesmo com simpatia, trata-se, apenas, de duas pessoas com opiniões (e experiências) totalmente diferentes.